1996 – Tilo – Livro Glorious Black S1: Sobre Stolzes Herz, Curiosidades e Vida pessoal

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      Stolzes Herz, curiosidades e vida pessoal
      Glorious Black
      Orkus! Magazine 1996
      Por: Claus Müller
      Tradução: Yasmin Amarante

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      “Claro, é divertido querer parecer uma pessoa um pouco mais radical, mas isso não deve ser necessariamente a coisa mais importante…”

      Orkus: Em seu novo single Stolzes Herz, ouvimos sons de guitarra muito pesadas. E você está atualmente no estúdio gravando seu próximo álbum (Stille). Você usará riffs de guitarra mais pesados nele também?

      Tilo Wolff: Ah, sim, um pouco. Todo o álbum é um grande avanço em termos de produção em relação ao Inferno. Assim, todo o som ficou mais transparente, inclusive a dinâmica, que ficou mais variável e também bem incisiva.

      O: E quando esse álbum vai sair?

      TW: Ainda não há uma data exata, mas provavelmente será no início do ano que vem. O título ainda não foi decidido.

      O: Como é sua rotina diária atual em Hamburgo?

      TW: Levanto, vou para o estúdio, trabalho como uma mula, vou pra casa e durmo. Dependendo do quanto estamos exaustos, saímos um pouco à noite, mas sem dúvida caímos mortos na cama depois de passar horas no estúdio.

      O: Vocês irão sair em turnê com várias bandas de metal em dezembro. Por que não bandas wave/gothic?

      TW: Bem, eu não descreveria necessariamente esses grupos como “bandas de metal”, por exemplo, o The Gathering não tem mais nada a ver com metal. É principalmente metal gótico, que é conhecido no campo do metal como “Gótico”, e os góticos o chamam de “Metal”. De alguma forma, trata-se de uma nova faixa que representa um desenvolvimento consistente do Gothic Rock. Quer dizer, o Gothic Rock nem existe mais nesse sentido. Ainda existem alguns grupos que tentam imitar as bandas dos anos 80, mas na minha opinião o verdadeiro rock gótico não existe mais. Ele foi evoluindo com o tempo, pois a música tem que evoluir: você não pode ficar dedilhando as mesmas notas para sempre, então não vejo necessariamente o que é chamado de “metal gótico” hoje como metal. O que é tocado sob esse termo hoje costuma ser muito próximo das coisas que o Bauhaus ou o Joy Division costumavam fazer. Então, estou realmente ansioso por essa turnê.

      O: O que você faz para enfrentar o medo do palco?

      TW: Não sei se você deveria fazer algo a respeito. De certa forma, é algo que também faz parte.

      O: Você tenta se distrair de alguma forma?

      TW: Eu tento manter a calma, pois muitas vezes tenho uma grande expectativa. Há uma tensão dentro de mim que eu nem tento enfrentá-la, mas não é algo como se eu começasse a tremer ou tivesse calafrios no palco.

      O: Há bandas com as quais você se dá bem?

      TW: Sim, por exemplo Silke Bischoff, Love Like Blood, Umbra et Imago… Depois, há alguns grupos cuja música eu particularmente não gosto, mas os membros são pessoas realmente adoráveis e vice-versa. Também há algumas bandas realmente brilhantes que conheci uma vez e nos damos bem.

      O: Você veio originalmente da cena Wave/Goth – o que você acha que o Gótico é?

      TW: Para mim é uma interpretação individual de uma atitude pessoal perante a vida, que está ligada ao fato de não se enganar e nem mentir para si mesmo, mas também considerar, reconhecer e interpretar os lados negativos da vida, e também não negar ou não querer admitir seus próprios erros pessoais. Mas isso não tem nada a ver com o fato de que você constantemente tem que passar pela vida com pensamentos suicidas e bancar o homem sombrio. Conheci pessoas que não necessariamente andam por aí todas de preto e ainda assim ouvem música gótica. Só acho uma pena nessa cena a inclusão estar ainda bem ruim. Muitas vezes você pode ver em clubes noturnos que quando alguém diferente entra, um pequeno grupo de pessoas fofoca sobre essa pessoa e pouco tempo depois, esse grupo está com as mesmas pessoas que estavam fazendo fofoca falando sobre outras pessoas. Claro, é divertido querer parecer uma pessoa um pouco mais radical, mas isso não deve ser necessariamente a coisa mais importante, e não devemos desencadear uma espécie de competição entre os outros.

      O: Como tudo começou com o Lacrimosa?

      TW: Comecei a tocar trompete aos oito ou nove anos, depois piano e violão. Também gravei algumas coisas em fita cassete para mim, mas nunca escrevi nenhuma letra sobre elas. Por outro lado, também escrevi letras um tempo depois. Em algum momento, peguei as letras e escrevi notas para elas. Este foi o nascimento de Lacrimosa, algo que por sinal nunca foi planejado.

      O: Qual é o papel do erotismo e do sexo no Lacrimosa?

      TW: A letra de Lacrimosa reflete meus sentimentos. Uma parte muito importante é, claro, o erotismo e o sexo. Existem também alguns textos que são aproximadamente ou especificamente relacionados a eles.

      O: O que você faz no seu tempo livre quando não está compondo?

      TW: Na maior parte do tempo estou ocupado com a gravadora e, quando realmente tenho um minuto livre, gosto de assistir a um filme ou estou ocupado ouvindo fitas cassetes que juntei com minhas músicas favoritas, pois possuo um número infinito de CDs.

      O: Então você gosta de arquivar coisas assim?

      TW: Sim, eu até faço minhas próprias capas para os respectivos cassetes.

      O: Você é supersticioso? Hoje é sexta-feira 13! (Risos)

      TW: Ah, certo. Não, não sou supersticioso, mas sempre acho a sexta-feira 13 engraçada porque as pessoas sempre têm muito medo dela. (Risos)

      O: Então você também não acredita naquela história do gato preto?

      TW: Eu realmente não gosto muito de gatos, eu gosto mais de cachorros; mas isso não significa que eu odeie gatos.

      O: Existe alguém que você gostaria de conhecer – alguém que não tem nada a ver com música?

      TW: Essa pergunta foi pra você? (risos). Sim, existe. O mais importante para mim não é apenas conhecer alguém de forma superficial, mas sim ao longo dos anos para que você também saiba o que ela está sentindo e pensando, até porque também acredito que sou uma pessoa que não é fácil de se entender. Mas não tenho ninguém em mente nesse momento.

      O: Você se acha uma pessoa difícil?

      TW: Sim.

      O: É mesmo verdade que você vai ao pub e em casa usa calças de corrida?

      TW: Primeiro, não uso calças de corrida, segundo, não vou a bares ou pubs e, terceiro, de onde você tirou isso?

      O: Isso é de um boato: existe algo que pode te enlouquecer facilmente, ou seja, algo que você realmente não gosta?

      TW: Estupidez, por exemplo, como acreditar em rumores… intolerância, fanatismo e falta de sinceridade; também não gosto quando você fala com alguém que realmente não presta atenção em você. Quando alguém não está disposto a aceitar a opinião de outra pessoa ou lidar com ela. Enfim, não gosto de situações em que parece que você está falando com uma parede.

      O: Você consegue conversar olhando nos olhos da pessoa?

      TW: Sim, acho que sim.

      O: Quais são suas fraquezas?

      TW: Oh meu caro, oh Deus, são tantas. Isso seria demais para listar.

      O: Bem, apenas cite uma ou duas.

      TW: Muitas vezes crio uma simpatia muito rápida por alguém que acabei de conhecer, caso contrário, existem algumas fraquezas básicas que fazem parte de todo ser humano, por exemplo, complexo de inferioridade.

      O: E seus pontos fortes?

      TW: Acho que sou um amigo muito leal.

      O: Você já pensou na sua própria morte?

      TW: Sim, acho que todo mundo já fez isso em algum momento.

      O: O que você acha que vem depois da morte?

      TW: Bem, sou cristão e acredito que você atinge um nível diferente de consciência depois dessa vida.

      O: Você é um cristão praticante?

      TW: Sim.

      O: E o que isso diz sobre você?

      TW: Bem, eu vou à igreja. Mas não sou católico nem protestante.

      O: Qual você tem preferência?

      TW: Nova Apostólica.

      O: Estou saindo um pouco do assunto, mas talvez possamos ter uma conversa sobre isso depois, porque também sou apostólico.

      TW: Sério? Ouvi dizer que existe… (seguido de uma breve conversa sobre a igreja apostólica – nota do autor).

      O: O que ou quem te faz rir?

      TW: Eu mesmo! Não consigo pensar em mais nada além de mim. (Risos)

      O: Tem algum ator que só de ver, você já ri?

      TW: Sim, por exemplo, Jean Bleene, mas também atores que não fazem apenas comédia; acima de tudo Charlie Chaplin, e essa é provavelmente a única pessoa que eu realmente gostaria de ter conhecido, porque acho que ele é o maior gênio de todos os tempos. Bem, eu amo Charlie Chaplin mais do que tudo, não apenas por sua habilidade cômica, mas por tudo que ele fez.

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      “Acho que se as pessoas seguissem os Mandamentos, tudo seria muito diferente.”

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      O: Há algo que te incomoda profundamente em nosso mundo e que você mudaria imediatamente se tivesse o poder de fazê-lo?

      TW: Sim, bem, eu acho – mesmo que isso pareça um pouco superficial agora, acho que se as pessoas seguissem os Mandamentos, tudo seria muito diferente. Todos os problemas existentes deixariam de existir.

      O: Mais uma pergunta sobre a igreja: sua comunidade sabe sobre sua atuação na música?

      TW: Sim.

      O: E como você reagiu a isso?

      TW: Ah, não é nada demais. Eu sou considerado por quem eu sou entre eles. Alguns até perguntam sobre meu trabalho e ouvem meus CDs. Alguns gostam, outros não. Eles não são recebidos como algo muito especial, e acho que isso é bom.

      O: Existem muitas pessoas ou grupos, especialmente em nosso estilo musical, que são contra organizações religiosas. O que você pensa sobre isso?

      TW: Não quero endossar nenhuma religião de forma alguma, mas também não acredito em interpretações de outras igrejas. Claro, eu realmente não gosto quando as pessoas começam algum tipo de anti-organizações, e eu realmente não gosto quando alguém pensa que isso seja legal e que tem algo a ver com o estilo gótico. Contanto que eles não façam mal a ninguém, está tudo bem.

      O: Agora chegamos à última parte da entrevista. Vamos fazer uma espécie de “brainstorming”, em que você diz a primeira coisa que vier a sua mente. “Luz de velas”?

      TW: Calor, segurança, Natal, romance.

      O: “Lápis de olho”?

      TW: Existem alguns muito ruins que fazem seus olhos lacrimejarem.

      O: “Bebida preferida?”?

      TW: Whisky-Cola, ou seja, Scotch-Cola. Já Bourbon não gosto.

      O: “Barriga de chopp”?

      TW: Eu sempre sinto pena dessas pessoas. Bem, eu não bebo cerveja, mas se alguém é realmente viciado em cerveja, lamento que essa pessoa seja sempre dessa forma.

      O: “Música atual favorita”?

      TW: Ah, meu caro, tem tantas, mas uma dos mais importantes para mim é provavelmente “Fire Woman”, do The Cult.

      O: “Posição 69″?

      TW: Eu não gosto muito dela.

      O: “Saddam Hussein”?

      TW: Essas pessoas deveriam pintar quadros, e não estar em tais posições.

      O: “Rammstein”?

      TW: Eles são interessantes.

      O: “Alemanha”?

      TW: Contraditória.

      O: Por quê?

      TW: A censura, a natureza, a direção política e também as pessoas. No entanto, não digo isso de forma destrutiva, até porque eu mesmo sou alemão. Isso não é uma forma de ataque, mas sim uma espécie de autocrítica.

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