2017 – Tilo – Metamorfosis TV

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      Entrevista 04-12-2017 com Tilo Wolff em Puebla Fonte: Metamorfosis TV
      Tradução: Vitória Nachard

      Nós começamos na Rússia e viajamos um pouco pela China e demos dois shows em Mexico City. E é muito interessante como as pessoas estão reagindo ao material novo, este Álbum é muito especial, provavelmente o mais dark/ mais emocional que já fizemos. Ele é um Álbum notável na história do Lacrimosa e nós tocamos algumas musicas nesta turne que nós nunca mais vamos tocar. Nesta noite, por exemplo, tocamos algumas músicas que ao longo da existência do Lacrimosa, elas nunca mais serão tocadas. Então isso torna a turnê especial, pois existem músicas especiais que se conectam tão fortemente com a proposta do Testimonium que não faria sentido, quero dizer, não existiria show melhor no futuro para tocarmos elas. Então todas as tardes nós ficamos excitados sobre como o público irá reagir ao material novo.

      Eu tenho ótimas lembranças, porque nós sempre tivemos ótimos momentos, nós sempre conhecemos pessoas interessantes. Puebla foi uma das primeiras cidades que nós visitamos além de Mexico City e nós percebemos como que as pessoas são tranquilas por aqui e isso é legal! Nós temos a impressão que a cidade é um ótimo lugar para se viver e isso também é ligado a forma como as pessoas reagem a nós. Talvez alguns de vocês não tenham percebido, mas de primeira, Puebla não estava na lista de shows, esta noite mesmo não teria nenhum show, mas depois que deu Sold Out em Mexico City, apareceu a possibilidade de fazermos este show aqui e agora parece que a casa estará bem cheia hoje a noite, então, estou bastante animado!
      Ah! Este foi um projeto muito interessante, porque eu conheci Martin do Mono Inc há um tempo apenas para uma entrevista, nós não fizemos nenhum trabalho juntos, mas queriam nos entrevistar porque eles sabiam que a minha música inspira ele e, foi como uma entrevista para duas gerações. Então nós tivemos essa conversa bem legal e depois disso, quando ele escreveu a música, ele queria performar ela com pessoas que ele gosta e respeita… Então ele me perguntou se eu queria participar. Eu simplesmente amei a música, pois ela é bem aquele Rock Gótico dos anos 80 é bem típico, como Sisters e coisas do tipo. A música é muito legal e muito bem produzida. Também foi legal pois ele convidou Joachim Witt e Chris Harms. Nós passamos um ótimo tempo juntos, são pessoas muito legais e respeitosas… Eu sempre amei esses tipos de colaborações porquê você é jogado para dentro de algo tão distante do que você está acostumado. Sabe, quando eu estou no estúdio, eu estou totalmente imerso no meu mundo e é ótimo ser convidado para o mundo de um outro alguém.

      Sim, claro! Quero dizer, os sentimentos não mudam, seria algo como… Tudo tem que se desenvolver, a vida é um desenvolvimento. Se as coisas não se desenvolvem, elas morrem. Então a música também precisa se desenvolver, precisa mudar… Quero dizer, seria estranho se ainda escutássemos as mesmas músicas, por exemplo The Doors (dos anos 60). Eu sou um grande fã de The Doors, mas é bom que a música se desenvolva.
      Ah, falando sobre música dark, Gothic-Metal, alguns movimentos não são os melhores em desenvolvimento, porque eles se deixam levar pelo pensamento comercial e não por inspiração artística. E é claro que isso é algo que me deixa mal. Por exemplo, nós temos essa música de dez minutos no novo álbum, a Testimonium (que também é o nome do álbum) E muitas pessoas dizem “Uau, mas essa música é muito longa”. Bom isso é porque as pessoas hoje em dia não encontram mais o tempo para sentarem e escutarem (apreciarem) uma música. Agora 2 minutos eles assistem um vídeo no YouTube e se depois de um minuto não é mais interessante, eles já pulam para o próximo vídeo. Então seria legal se as pessoas voltassem a tirar um tempo para ouvirem, para sentirem uma música e não só consumi-la

      Esse álbum é inspirado por… Na verdade, eu não planejei esse álbum. Em janeiro de 2016, quando eu ouvi que David Bowie havia morrido, eu fiquei tão em choque que eu escrevi Wenn Unsere Helden Sterben e então isso foi continuando. Prince, que eu era um grande fã, uma estrela da minha infincia, morreu e vários outros morreram. E eu continuei escrevendo pela dor da perda desses artistas incríveis e é basicamente sobre que isso que todas as letras e o que a música fala… Um Réquiem é sempre sobre essas pessoas. Esses compositores que escreveram o Réquiem, por exemplo, Mozart que é obviamente um dos mais famosos e na minha opinião fez um dos melhores Réquiemʼs… Ele nunca soube para quem ele estava compondo. Era só essa mensagem dizendo a ele para criar… E praticamente é a mesma coisa por aqui. Eu não conhecia David Bowie pessoalmente, ou Leonard Cohen e todos esses artistas. Então eu levei o tema todo depois de Wenn Unsere Helden Sterben de um jeito bem pessoal. Então esse álbum se transformou em algo como uma conversa comigo mesmo sobre perdas…
      Você sabe, precisamos dizer adeus para muitas coisas todos os dias. Pode ser para uma ideia, uma pessoa… Entende? Precisamos nos despedir de muitas coisas todos os dias são sempre uma pequena morte, é sempre como uma parte que morre. E é sobre isso que o álbum é. Músicas como Der Leise Tod, quando algo morre por dentro/dentro de nós. Weltenbrand, quando a esperança morre de que esse mundo ira se recuperar e que as pessoas se tornaram “sábias” algum dia. Então esse álbum é basicamente sobre morte e meu ponto de vista em determinados tópicos sobre como lidar com a morte.

      Eu acho que não é um segredo que eu sou um grande fã da audiência mexicana, porque você sabe… Lacrimosa é dividido em duas partes. Essa parte emocional, lírica, onde você precisa sentir a música por dentro. Você precisa ser uma pessoa emocional, você precisa ter essa capacidade de refletir sobre os seus sentimentos e por outro lado, Lacrimosa tem… Eu não diria músicas de festa… Mas você sabe, músicas de Rock para você sair de você mesmo. E várias audiências do mundo todo podem seguir o lado sentimental ou o lado festivo, já os mexicanos, conseguem seguir os dois lados, que é o que eu realmente amo. Se formos olhar para os dois shows que tivemos aqui em México City tinham músicas em que o publico estava chorando com a gente e em outras músicas eles estavam pulando e é exatamente assim que deve ser. E no México ninguém tem medo de expressar os seus sentimentos e isso é o que eu mais amo. Eu me sinto exatamente assim, é por isso que eu tenho o Lacrimosa, é por isso que eu faço esse tipo de música. Na Europa, as pessoas costumam me perguntar “Você não tem medo de dar muito de você mesmo para as pessoas?” E eu respondo “Bom, mas esse sou eu mesmo, então eu não devo ter medo de me mostrar.” E é assim que vocês (mexicanos) são, então para nós, isso acaba se tornando um lar.

      Eu nunca pensei em escrever um livro sobre a minha vida, mas pensando de forma espontânea, o título seria algo como “Thanks” ou algo do tipo, pois eu me sinto muito abençoado, eu me sinto muito grato por poder alcançar tantas pessoas com a música! Essa manhã eu estava sentado num restaurante, tomando meu café da manhã e olhando para a cidade, todas as pessoas indo para o trabalho e eu pensei “É tão incrível estar aqui só por causa da música.” Quero dizer, eu sou convidado para cá e as pessoas são gentis comigo, são gentis com a gente. Por causa da música que fazemos, podemos por 1 ou 2 dias fazer parte da cidade, parte da vida da cidade. E isso me torna muito grato. Se fosse escrever uma autobiografia, seria definitivamente algo como “Thank You”.

      Na realidade eu não tenho uma música favorita, porque música é como uma criança/filho. Você não pode dizer “Essa é a minha criança/filho favorito”. Mas isso varia no palco. Na outra noite, por exemplo, quando eu estava cantando Lass die Nacht nicht uber mich fallen, eu não consegui segurar minhas lágrimas. Em outros shows podem ser outras músicas como Weltenbrand que totalmente me captura. Sempre depende um pouco do meu sentimento pessoal na hora e como a audiência irá reagir, o quão fundo eu consigo ir em uma música específica.
      Eu não diria que tenho uma música favorita é só uma questão de música certa para aquele momento. Claro que Wenn Unsere Helden Sterben é uma das músicas chaves para mim neste álbum, porque tudo começou com ela. Se eu não tivesse criado essa musica, o álbum inteiro, todas as ideias para esse álbum, não existiriam. Então ela é como uma música sagrada para mim.
      Nunca pensei nisso, quero dizer, eu sou difícil para compor, porque quando eu estou em turnê, eu não encontro tempo para compor. E eu preciso disso, quero dizer, eu não sei aonde isso me levará, eu não tenho nenhum plano aqui. Quando eu chego em casa e tiro o meu terno, a próxima coisa que eu faço é me sentar no piano, pegar o violão e ver para onde isso irá me levar.

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