2003 – Tilo – Lu Wolff, Lacrimosa Brasil

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      Entrevista de Tilo Wolff à Lu Wolff – Lacrimosa Brasil Fan Club – Janeiro de 2003

      – Eu soube que o novo álbum, Echos, foi inspirado na trágica inundação que aconteceu na Europa Central em Agosto do ano passado. Isso é verdade?
      TW – Não. Não é verdade. O álbum já estava totalmente composto e nós estávamos no meio do processo de produção quando a inundação aconteceu. E, na realidade, eu nunca escreveria nenhum tipo de música com letras falando da tragédia que aconteceu com o povo.

      – Quanto tempo você levou com a gravação do Echos?
      TW – Gastamos apenas cinco meses.

      – Olhando para os títulos das músicas, Echos parece seguir o mesmo modelo do Fassade e do Elodia, com um tema central dividido em capítulos. Esse álbum também conta uma história? Do que ela se trata?
      TW – De certa forma ele conta uma história. Mas na verdade não foi planejado dessa forma. Quando estávamos nessa longa turnê. Bem, eu vou ter que começar diferente…
      O fato é que eu componho constantemente. Eu nunca me sento e penso: “Bem, agora eu vou começar a escrever”. Existe todo um processo em andamento e durante a longa turnê do Fassade, não tive a possibilidade de compor. Quando nós voltamos, havia tantas emoções e sentimentos próximos de vir à tona. O processo de escrever o álbum foi muito curto e compacto, que aconteceu, eu não sei, acho que em quatro meses ou coisa assim. Eu escrevi o álbum todo e não tinha pensado nele como um todo no começo, eu só percebi um dia, que nós tínhamos que ir para o estúdio para poder gravar o álbum no sentido mais puro.
      Estava tudo fresco e as emoções estavam ainda conosco e, no estúdio eu percebi que as músicas estavam ligadas entre si, porque todas foram escritas num único período de tempo, de um mesmo sentido, um mesmo sentimento. Portanto, elas estavam ligadas umas às outras.
      E estavam ligadas entre si nesse sentido, contando uma espécie de história de uma busca. É como quando começa a considerar que nós somos um produto da cultura na qual nascemos, e que nós somos também produtos das coisas que aparecem em nossas vidas. Elas são ecos do passado que nos fizeram ser o que somos agora, e o que somos agora, hoje, no presente, é novamente responsável por como nossa vida futura será. Que tipo de decisões tomaremos, como lidaremos com nossa vida futura, em tudo o que ela está baseada e em tudo o que aprendemos até agora. Os ecos do passado nos trazem ao presente, vivendo nos moldes atuais e novamente influenciam nossa vida futura. Esse é basicamente o tema desse álbum.

      – Nós já sabemos que vocês não vão sair em turnê esse ano, certo?
      TW – Infelizmente é verdade.

      – Você poderia me dizer o por quê? Existe uma razão específica?
      TW – Sim, claro! Porque nós temos estado constantemente compondo ou produzindo no estúdio, ou tocando ao vivo no palco. Desde o começo do ano que terminou agora, sem nenhum intervalo. Anne Nurmi e eu precisamos de um descanso, depois da longa turmê do Fassade. Mas como eu disse antes, quando voltamos eu não pude ter esse descanso, tinha muito que fazer, tinha que escrever as letras e as músicas e então o novo álbum chegou. Agora, finalmente poderemos fazer uma pequena pausa (risos).

      – O que vocês planejam fazer durante esse ano? Vocês estão pensando em produzir um novo vídeo-clipe?
      TW – Nós temos filmado um vídeo-clipe para o single Durch Nacht und Flut e talvez nós lancemos num futuro próximo, uma espécie de “video-collection” porque temos feito, como você deve saber, vídeos dos álbuns anteriores, mas não lançamos vídeos dos últimos álbuns. Portanto, vamos fazer uma espécie de coleção em vídeo e DVD para um futuro próximo.

      – Eu notei que existe uma pequena influência de música eletrônica no seu trabalho atualmente. Você gosta de música eletrônica? Existe alguma influência de música eletrônica nesse último álbum?
      TW – Antes de qualquer coisa eu devo dizer que eu gosto de música eletrônica no sentido em que ela era feita nos anos 80. Claro, bandas como Depeche Mode e todas as “New Romantics”, eu também gosto muito da produção EBM. Mas não gosto muito da nova música eletrônica do tipo Techno.

      – Vocês estão usando um pouco de cores nas capas de seus álbuns agora. Por que vocês decidiram fazer isso?
      TW – Nós sempre tivemos duas linhas de capas. Existem as capas dos álbuns que são pinturas em preto e branco e existem as capas dos singles que também eram, até agora, preto e branco, por outro lado, apresentando algumas vezes, fotos coloridas ou coisas assim. Dessa vez nós fizemos essa seção de fotos para o single Durch Nacht und Flut, que significa Através da Noite e Inundação. Fizemos à beira-mar, e existe uma tomada da chegada da noite. Nós começamos a fazer essa seção de fotos lá na praia e aos poucos a inundação veio e pegamos essas fotos para o single. Então elas serviram perfeitamente. Essas fotos para a música, porque a foto colorida capturou.
      Ela deu a impressão da música, seu poder, suas emoções profundas nas quais a música é baseada. Mas essa foto é sem movimento nenhum, mas as cores imprimem esse tipo de poder, um reflexo diferente de toda a situação. Então essa foi a razão pela qual decidimos realizá-la colorida.

      – Olhando para o nome e letra de algumas músicas como Réquiem, Der Ketzer, Crucifixo, Sanctus e a novíssima Kyrie, a gente pode notar uma espécie de conexão com idéias religiosas. Por que isso é tão freqüente? Você é religioso?
      TW – Eu sou uma pessoa bastante religiosa. Eu fui inspirado, influenciado pela música religiosa. Eu mesmo cantei num coral numa igreja. Claro, significa muito para mim, influenciou minha vida toda e, desde que o Lacrimosa é tão ligado à minha vida pessoal, claro que são também sentimentos como esse em que são baseados minhas crenças religiosas e que estão também em minhas letras e músicas.

      – Você sabe alguma coisa sobre o Brasil?
      TW – Pra falar a verdade, eu sei um pouco. Eu sei que as pessoas têm um coração caloroso! Bem, ao menos eu acredito que tenham um coração caloroso! (risadas).

      – Elas têm mesmo! E você provavelmente terá pessoas gritando o tempo todo durante seu show aqui no Brasil!
      TW – Isso soa muito bem! (risadas).

      – A Nuclear Blast está tomando conta de seus álbuns aqui no Brasil agora, certo? Você acha que isso vai ser melhor para promover seus álbuns por aqui?
      TW – A razão principal é que, Anne Nurmi e eu tivemos que escolher se queríamos continuar com a Hall of Sermon da maneira como fizemos o ano passado, lançando outras bandas, ou nos concentrarmos mais em nossa música. E nós decidimos que o Lacrimosa é mais importante do que o selo Hall of Sermon. Nós decidimos nos concentrar mais no Lacrimosa novamente, então, nós também decidimos licenciar o álbum novo do Lacrimosa à Nuclear Blast em certos países, então eles fazem o marketing e a distribuição do álbum e nós podemos nos concentrar mais na música e também nos concentrar no mercado em que trabalhamos com a Hall of Sermon porque em muitos países ainda existem lançamentos com esse selo. Existe muita coisa a se fazer e nós queremos fazê-las 100%. Nós não podemos tomar conta de todo esse trabalho sozinhos.

      – Quando vocês planejam começar a turnê do Echos? Ano que vem?
      TW – Por enquanto nós não podemos planejar nada. Eu não sei se nós sairemos em turnê no ano que vem. Eu adoraria, porque às vezes sinto falta de ir para o palco. Mas por enquanto não existem planos definidos.

      – Falando das Américas, nós sabemos que vocês têm uma enorme audiência no México. Você tem idéia de quantos fãs vocês têm no Brasil?
      TW – Pra falar a verdade, eu não tenho idéia (risadas).

      – Bem, eu estou encarregada de tornar esse número bem grande! (risadas) Você gostaria de dizer alguma coisa para os fãs brasileiros?
      TW – Eu quero dizer algo pessoalmente para você, porque quero agradecer muito, e isso inclui a opinião da Anne também! Nós dois queremos agradecer pelo esforço que você faz pelo Lacrimosa. Seu excelente trabalho, o apoio que você nos dá, isso é realmente inacreditável!

      – Eu sou profundamente grata pela oportunidade que você está nos dando de obter todas essas informações, e os fãs brasileiros ficarão malucos com elas! É um grande prazer trabalhar pelo Lacrimosa! A Anne não está aí hoje, está?
      TW – Não no momento. Ela não pode dar nenhuma entrevista hoje.

      – Sem problemas. Mande um grande abraço a ela!
      TW – Claro que mando!

      – Eu quero agradecer mais uma vez por essa oportunidade que você deu ao Lacrimosa Brasil Fan Club. E vocês podem contar comigo para qualquer coisa que precisarem para ajudá-los aqui no Brasil.
      TW – Muito gentil da sua parte! Muito obrigado.

      – Um grande abraço a você e a toda equipe da Hall of Sermon!
      TW – Muito, muito obrigado. Tenha um bom dia! Até mais!

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